EVANGELIZAÇÃO INFANTOJUVENIL
Evangelização Espírita Infantojuvenil e Sua Importância na Formação da Sociedade do Terceiro Milênio - Pesquisa no CEERJ
“ Deixai vir a mim as criancinhas … ” (Jesus)
Tema:
A
Educação Espírita Infantojuvenil,
sua importância, finalidade...
Objetivos:
a)
Geral:
Divulgar a importância da Evangelização Infantojuvenil no processo de construção de um mundo melhor.
b)
Específicos:
Sensibilizar pais, evangelizadores, frequentadores e dirigentes espíritas para a importância e necessidade de evangelizar crianças e jovens;
Envolver e orientar os dirigentes e frequentadores das Casas Espíritas quanto à importância de se realizar o trabalho de evangelização da infância e juventude para a educação integral do ser humano.
FUNDAMENTOS
DA EDUCAÇÃO
.
O
que é Educação?
A
Educação convenientemente entendida constitui a chave do progresso
moral. Quando se conhecer a arte de manejar os caracteres, como se
conhece a arte de manejar as inteligências, conseguir-se-á
corrigi-los, do mesmo modo que se aprumam as plantas novas...
Allan
Kardec
Educação
é toda influência exercida por um Espírito sobre outro, no sentido
de despertar um processo de evolução. Essa influência leva o
educando a promover autonomamente o seu aprendizado moral e
intelectual. Trata-se de um processo sem qualquer forma de coação,
pois o educador apela para a vontade do educando e conquista-lhe a
adesão voluntária para uma ação de aperfeiçoamento. Educar é
pois elevar, estimular a busca da perfeição, despertar a
consciência, facilitar o progresso integral do ser.
Dora
Incontri
O
amor verdadeiro é sempre educativo e a Educação verdadeira é
sempre um ato de amor, numa
relação intrínseca e indissociável.
Essa
relação educativa pode se dar em qualquer relação humana. Não
ocorre apenas entre o adulto e a criança. Pode ser até invertida:
uma criança pode educar um adulto, na medida em que, sendo um
Espírito mais evoluído, produza uma influência benéfica sobre
ele. Um verdadeiro líder religioso ou político é um educador,
quando provoca uma transformação positiva em seus seguidores. Um
amigo mais consciente espiritualmente pode educar outro amigo. Uma
esposa educa o marido ou vice-versa. Todas as vezes que alguém
desperta algum bem no outro, se dá um ato de Educação – tenham
disso os protagonistas consciência ou não.
Por
isso, a Educação
é um compromisso de todo dia e instante, através do nosso exemplo e
atuação.
.
Finalidade do Processo Educativo
A
finalidade da Educação está embutida em seu próprio conceito: é
ajudar o outro a evoluir.
Esta meta está em consonância com a finalidade da vida universal.
Tudo evolui para a perfeição. E está em harmonia com a finalidade
particular da nossa existência na Terra: aqui reencarnamos para
darmos mais um passo nessa jornada infinita da evolução.
Assim,
dentro dessa meta infinita de evolução, a Educação deve preencher
as seguintes finalidades específicas:
Subsidiar o Espírito no cumprimento dos compromissos assumidos ao reencarnar.
Um
Espírito, por exemplo, que na última encarnação foi um malfeitor,
atrasado moral e intelectualmente, não poderá na atual existência
se tornar um modelo de perfeição e sabedoria. Se a Educação lhe
proporcionar meios de se tornar uma pessoa mais honesta,
trabalhadora, crente em Deus já terá feito muito, embora possa
ainda conservar inúmeros traços de rudeza e ignorância.
Semear verdades e virtudes ao educando com vistas à sua caminhada rumo à eternidade.
Formar novos educadores.
O homem bem educado é
necessariamente um educador.
“
Se o sábio não ajuda
ao ignorante, a educação redundará em mentira perigosa.”
Emmanuel
Uma
questão importantíssima ao tratarmos da Educação é nos
indagarmos até que ponto ela tem poder. Se dissemos anteriormente
que educar é amar e vice-versa, o poder da Educação não é
proporcional ao autoritarismo, a chamada “ imposição de limites”,
a coação violenta. Esses
não
são métodos do amor, pois o
amor reconhece a dignidade do outro, respeita sua liberdade
individual. O
poder da Educação, assim, é proporcional à grandeza do amor do
educador pelo educando, à sua capacidade de renúncia e doação, ao
seu interesse legítimo pela felicidade do outro, ao seu desinteresse
por recompensas de qualquer espécie, mesmo afetivas e à força do
exemplo vivo.
“ Nas
bases de todo programa educativo o amor é a pedra angular. Jesus é
o Mestre por excelência: ofereceu-se-nos por amor, ensinou até o
último instante, fez-se o exemplo permanente aos nossos corações e
nos paradoxismos da dor, pregado ao madeiro ignominioso, perdoou-nos
as defecções de maus aprendizes.”
Bezerra
de Menezes
.
Instrução x Educação
É
preciso não confundir instrução com educação. A educação
abrange a instrução, mas pode haver instrução desacompanhada de
educação.
A
instrução é mais especialmente a aprendizagem da ciência, a
educação é a aprendizagem da vida; a instrução desenvolve o
talento, a educação forma o caráter. A missão da educação é
mais elevada, mais dificil a sua arte.
Instruir
é ilustrar a mente com certa soma de conhecimentos sobre um ou
vários ramos científicos. Educar é desenvolver os poderes do
espírito, não só pela aquisição do saber, como especialmente na
formação e consolidação do caráter.
O
intelectualismo não supre o cultivo dos sentimentos. “Não basta
ter coração, é preciso ter bom coração,” disse Hilário
Ribeiro, educador emérito, nascido no Brasil no séc. XIX.
Todos
os problemas do momento atual se resumem em uma questão de caráter:
só pela educação podem ser solucionados.
Demasiada
importância se liga às várias modalidades do saber, descurando-se
o principal: a ciência do bem.
Os
pais geralmente se preocupam com a carreira que os filhos deverão
seguir, deixando-se impressionar pelo brilho e pelo resultado
utilitário que de tais carreiras possam advir. No entanto, deixam de
atentar para a questão fundamental da vida, que se resolve em criar
e consolidar o caráter. Antes de tudo, e acima de tudo, os pais
devem cuidar da educação moral dos filhos, delegando a cada um a
escolha da profissão, como um dos componentes necessários à sua
caminhada evolutiva.
A
crise que assoberba o mundo é a crise do caráter, responsável por
todas as outras.
O
momento reclama a ação de homens éticos, honestos, escrupulosos,
possuídos do espírito de justiça e compenetrados das suas
responsabilidades.
Temos
vivido sob o despotismo da inteligência. Cumpre sacudir-lhe o jugo
fascinador, proclamando o reinado do caráter, o império da
consciência, da moral e dos sentimentos.
“
É
pela Educação, mais do que pela Instrução que se transformará a
Humanidade.”
Allan
Kardec
.
Educação Integral
Um
fator vital em nossa própria busca por evolução é o equilílbrio
entre os diversos aspectos do nosso desenvolvimento. Sabemos que a
intelectualidade sem amor nos conduz a abismos seculares e que o
sentimento desvairado pode nos aprisionar na ignorância e no
fanatismo. Sabemos também que, ao longo da nossa jornada evolutiva,
devemos desenvolver todas as nossas potencialidades – pensar
(pensamento), sentir (sentimento) e fazer (vontade) - e alcançarmos
a condição de anjos em todas as virtudes e de sábios em todas as
ciências.
Educar,
assim, tanto para os fins da existência presente, quanto para as
nossas metas eternas, deve ser uma ação que desperte de maneira
equilibrada e integrada todas as forças da alma. A Educação deve
se dirigir ao sentimento e instrução à inteligência, para formar
pessoas saudáveis da alma e do corpo.
Pestalozzi,
que se preocupava bastante com o aspecto global e equilibrado que
deve ter a Educação, resumiu a questão na sua famosa tríade:
educar o coração, a cabeça e as mãos. Por educar o coração,
entendia fazer brotar o amor a Deus a ao próximo; como educar a
cabeça, referia-se à formação da inteligência, não no sentido
de entupir a memória com informações, mas de desenvolver o ímpeto
de observar, analisar, deduzir e pensar; e, afinal, educar as mãos
era para ele tanto estimular atividades manuais e o trabalho em
geral, quanto cultivar a agilidade, a saúde e a harmonia do corpo.
Para
melhor entendermos a importância de uma educação integral,
observemos os pássaros que voam rumo ao infinito. Somente o
desenvolvimento harmônico das duas asas, possibilita um voo
seguro e tranquilo.
Assim também somos nós, pássaros em viagem rumo à eternidade.
Somente conseguiremos voar com segurança se mantivermos nossas asas,
ou seja, a asa da instrução e a asa da educação moral, em
perfeito equilíbrio e a isso damos o nome de Educação
Integral.
O
ESPIRITISMO E A EDUCAÇÃO INTEGRAL DO SER HUMANO
“O
Espiritismo expressa, antes de tudo, obra de educação, integrando a
alma nos padrões do Divino Mestre.”
André
Luiz
“ A
educação da infância é a maior obra do Espiritismo.”
Leopoldo
Machado
Espiritismo
e Educação – Doutrina eminentemente racional, o Espiritismo
dispõe de vigorosos recursos para iluminar a educação com uma
filosofia que transpõe todos os imediatismos, que transcende a todos
os limites, que descortina os mais amplos horizontes, que atende aos
mais nobres interesses e que possui um ideal capaz de impulsionar o
verdadeiro progresso.
E
dilatando as fronteiras da educação, ao informar que ela exerce
função nos dois planos da vida, concede-lhe maior abrangência,
apontando objetivos de grande alcance e valor moral.
Do
ponto de vista espírita, a educação não começa no berço nem
termina no túmulo, mas antecede ao nascimento e sucede à morte do
corpo físico.
É
a ação constante, ininterrupta, que ajuda a modificar os seres,
auxiliando-os na escalada evolutiva, rumo à perfeição, na esteira
infinita do tempo.
Aquele
que se educa tem pela frente tempo suficiente para atingir o ideal da
educação à luz do Espiritismo, pois persegue objetivos de longo
curso e põe em ação todo o seu potencial com vistas ao alcance dos
mais puros ideais de vida. Sabe onde vai . E quem sabe para onde se
encaminha, por certo, dará passos mais seguros e contornará muitos
obstáculos.
As
noções de imortalidade, de progresso contínuo, de livre-arbítrio,
de lei de causa e efeito e de vidas sucessivas, mediante a
reencarnação, nas quais se deve fundamentar a filosofia da educação
que o Espiritismo revela, serão forças capazes de educar. Elas
oferecem uma argumentação muito forte em favor da necessidade do
progresso espiritual, por conter uma motivação, igualmente
vigorosa, para a busca desse progresso.
A
Doutrina Espírita representa, hoje, elevada escola de educação do
Espírito, a serviço de Jesus, com a grandiosa tarefa da edificação
do Reino de Deus na Terra, reino este que se inicia no interior de
cada um.
.
Evangelização Espírita e sua importância
“
Evangelização
espírita é Sol nas almas, clareando o mundo inteiro sob as
constelações das estrelas dos Céus, que são os Bem-aventurados do
Senhor empenhados em Seu nome, pela transformação urgente da Terra,
em mundo de regeneração e paz.”
Amélia
Rodrigues
O
que se faz na área da infância e juventude sob a denominação de
Evangelização Espírita Infantojuvenil
é a difusão do conhecimento espírita e da moral evangélica
pregada por Jesus, que foi apontado pelos Espíritos Superiores, que
trabalharam na Codificação, como modelo de perfeição para toda a
Humanidade.
Como
a preocupação não é somente com a transmissão de conhecimentos,
mas sobretudo com a formação moral; e como a formação moral se
inspira no Evangelho, pareceu mais apropriada a denominação da
Evangelização Espírita dada a esta tarefa, por expressar, na sua
abrangência, exatamente o que se realiza em nossos grupamentos de
crianças e jovens.
O
ensinamento espírita e a moral evangélica são os elementos com os
quais trabalhamos em nossas aulas. Esses conhecimentos são levados
aos alunos através de situações práticas da vida, pois a
metodologia empregada pretende que o aluno reflita e tire conclusões
próprias dos temas estudados, pois só assim se efetiva a
aprendizagem real.
Inútil
improvisar escoras regenerativas para obrigar o endireitamento de
árvores que envelheceram tortas. As escoras só asseguram o
crescimento correto das plantas novas, evitando que seus caules se
desviem do rumo certo.
Guillon
Ribeiro
Assim
ocorre também com os seres humanos. Depois que as pessoas consolidam
tendências e as transformam em viciações, tudo fica muito difícil
quando se cogita de reformas de procedimento, em sentido profundo.
Precisamos
entender a Evangelização como sendo a melhor contribuição que
pode ser oferecida ao espírito encarnado em seu processo
evolutivo.
Quem
instrui, oferece meios para que a mente alargue a compreensão das
coisas e entenda a vida.
Quem
educa, cria os valores ético -culturais para uma vivência nobre e
ditosa.
Quem
evangeliza, liberta para a Vida feliz.
A
criança evangelizada torna-se jovem digno, transformando-se em
cidadão do amor, com expressiva bagagem de luz para toda a vida,
mesmo que transitando em trevas exteriores.
“
Criança que se
evangeliza – adulto que levanta no rumo da felicidade
porvindoura.”
Bezzera
de Menezes
.
Objetivos
“
Entre as leis divinas,
umas regulam o movimento e as relações da matéria bruta: as leis
físicas, cujo estudo pertence ao domínio da Ciência.
As
outras dizem respeito especialmente ao homem considerado em si mesmo,
nas suas relações com Deus e com seus semelhantes. Contêm as
regras da vida do corpo, bem como as da vida da alma: são leis
morais.
Livro
dos Espíritos – pergunta 617
“
O conhecimento de si
mesmo é, portanto, a chave do progresso individual.”
Livro
dos Espíritos – pergunta 919
“
O
homem de bem respeita, enfim, em seus semelhantes, todos os direitos
que as leis da Natureza lhes concedem, como quer que os mesmos
direitos lhe sejam respeitados.”
Livro
dos Espíritos – pergunta 918
Com
bases nestas informações, ficam estabelecidos como objetivos da
Evangelização Espírita Infanto-Juvenil:
Promover a integração do evangelizando: consigo mesmo, com o próximo e com Deus;
Proporcionar ao evangelizando o estudo: da lei natural que rege o Universo; da “natureza, origem e destino dos Espíritos, bem como de suas relações com o mundo corporal”;
Oferecer ao evangelizando a oportunidade de perceber-se como: ser integral, crítico, participativo, herdeiro de si mesmo, cidadão do Universo, agente de transformação de seu meio, rumo a toda perfeição de que é suscetível.
Educar,
pois, dentro da concepção Espírita não é só oferecer os
conhecimentos do Espiritismo como também envolver o educando numa
atmosfera de responsabilidade, de respeito à vida, de fé em Deus,
de consideração e amor aos semelhantes, de valorização das
oportunidades recebidas, de trabalho construtivo e de integração
consigo mesmo, com o próximo e com Deus.
“É
preciso cuidemos, portanto, da criança e do jovem, plantas em
processo de crescimento, ainda amoldáveis e direcionáveis para o
bem maior.”
Leopoldo
Machado
.
Elementos Fundamentais
a)
Criança
/ Jovem
A
criança é um espírito criado por Deus, ora vivendo no plano
espiritual, ora respirando num corpo material, como um espírito
reencarnado, uma alma que recomeça uma nova existência na
carne.
Como
ser espiritual, traz toda uma bagagem acumulada ao longo de sua
trajetória evolutiva. Seu destino é toda perfeição de que é
suscetível e, para isso, conta com o tempo necessário, pois seu
esforço de aperfeiçoamento não se circunscreve, apenas, a uma
existência terrena. No corpo e fora dele, dá continuidade ao seu
aperfeiçoamento e à sua caminhada na conquista da felicidade.
É
preciso entendermos bem a função própria do período infantil,
para avaliarmos a real importância da Evangelização Espírita
Infantojuvenil.
Afinal,
por que Espíritos velhos, vividos, tantas vezes viciados em erros
milenares, já donos de tantas experiências, precisam “entrar de
novo no ventre da mãe” e se fazerem crianças outra vez?
A
função educativa da reencarnação – como nova oportunidade de
refazer o destino, de aprendizagens diversas e de resgate de faltas
passadas – perderia o sentido se o Espírito não retornasse a um
corpo infantil.
Através
desse processo de esquecimento e renovação da vida, ele pode
construir uma nova personalidade, melhor e mais integral; pode
resgatar seus débitos sem se ver continuamente oprimido pelo
sentimento de culpa e vergonha por um passado tenebroso; pode
conviver com inimigos, transformados em parentes e amigos, sem se dar
conta disso, modificando sentimentos e refazendo relações; pode
absorver elementos de novas culturas, aumentando sua bagagem
universal.
Mas
a principal finalidade de o Espírito retornar em um corpo infantil é
ser educado novamente. As impressões positivas que recebe durante a
infância podem ser determinantes em sua existência atual e até em
próximas vidas. Exatamente por causa do estado de semiconsciência
do Espírito encarnado, num corpo infantil, suas barreiras de defesa
psíquica estão neutralizadas: ele está brando, mais receptivo,
mais maleável, mais aberto a todas as influências ...
Daí
a importância da Evangelização Espírita, pois evangelizar é
preparar o ser humano para enfrentar todos os momentos e adversidades
da vida nos postulados do Evangelho. É o único meio de cultivar no
Espírito da criança, desde o alvorecer da vida, o entendimento da
prática das boas obras, a aquisição da moral e do saber, para que
ela atinja o crepúsculo físico consciente de suas conquistas
espirituais, conhecendo a si mesma e situando-se no Universo como
colaboradora da Divindade Suprema.
Sob
a ótica da Doutrina Espírita, devemos entender que, na juventude, o
indivíduo já deixou de ser criança, mas ainda não é adulto. Ele
está numa outra fase de seu desenvolvimento, etapa difícil, marcada
por mudanças de ordem biológica, psicológica, social e necessita,
mais do que nunca, de orientação e amparo para que possa ficar bem
consigo, com o próximo e com Deus. A adolescência é, como as
demais fases do desenvolvimento humano, de grande importância para o
espírito que se está preparando para, ao assumir sua verdadeira
identidade, efetuar uma verificação de seus valores individuais e
definir-se enquanto ser eterno.
No
jovem, ainda é possível corrigir, compensar falhas e deficiências
da infância, mas no adulto a tarefa de remodelação é normalmente
muito mais difícil.
O
homem será o que da sua infância se faça.
A
criança incompreendida, resulta no jovem revoltado e este assume a
posição de homem traumatizado, violento.
A
criança desdenhada, ressurge no adolescente inseguro que modela a
personalidade do adulto infeliz.
A
criança é sementeira que aguarda, o jovem é campo fecundado, o
adulto é seara em produção.
Conforme
a qualidade da semente, teremos a colheita.
Saibamos
cuidar de nossos jovens, orientando-os na estruturação do caráter
e da personalidade, sob as diretrizes dos ensinamentos do Cristo à
luz da Doutrina Espírita e estaremos assim, contribuindo para a
formação de adultos mais equilibrados e conscientes de suas
responsabilidades diante da construção do Mundo do 3º.
Milênio.
b)
Evangelizador
/ Educador
A
figura do evangelizador é de importância fundamental na
Evangelização. Ele é o pólo de energia emuladora que criará o
ambiente ideal para o trabalho. Suas palavras, seus gestos, seus
pensamentos e sentimentos são extremamente importantes no processo
educativo. Será ele que propiciará as atividades adequadas para que
ocorra a interação da criança com o meio físico e espiritual,
permitindo que ela vivencie as atividades, a fim de construir seu
próprio futuro.
Para
a execução desta tarefa de tão grande responsabilidade, os
evangelizadores espíritas, cada vez mais conscientizados da
importância do seu trabalho, estudam a Doutrina Espírita,
aprofundando conhecimentos doutrinários; e se aperfeiçoam ou se
preparam em técnicas de ensino, para melhor atender às exigências
do processo ensino-aprendizagem.
Aliás,
a única exigência, em termos de conhecimento, que se deve fazer em
relação ao preparo daquele que se propõe evangelizar, é a do
domínio prévio do Espiritismo. Quem não tiver este domínio não
está em condições de atender aos objetivos da tarefa, ainda que
possuidor de grande boa vontade. Esta é uma maneira de assegurar o
cumprimento dos objetivos propostos para a Evangelização Espírita
das novas gerações.
A
falsa concepção de que o candidato a evangelizador, tendo boa
vontade, dispensa os conhecimentos doutrinários tem causado muitos
prejuízos à eficiência do trabalho.
Além
do mais, a boa vontade se manifesta exatamente pelo esforço que o
candidato faz para adquirir os conhecimentos que são indispensáveis
ao seu ministério. Boa vontade de aprender, de se aprimorar, de
enriquecer seus recursos pessoais (intelectuais e afetivos), esta
sim, seria uma qualidade básica para outras aquisições que venha a
conquistar.
Devemos
ressaltar que não basta somente ser um profundo conhecedor do
Espiritismo para ser um evangelizador, é preciso também um amor
infinito, aliás, segundo Pestalozzi, o amor é o eterno fundamento
da educação. O amor é condição sem a qual não se pode promover
a Evangelização Espírita das novas gerações. Amor este que nos
leva a trabalhar, diariamente, nossa reforma íntima, pois o
evangelizador espírita deve ser aquele que, antes de falar,
exemplifica; antes de teorizar, sente e antes de ser um educador, é
um ser humano.
O
amor pressupõe renúncia, dedicação, fé, perdão sincero,
perseverança, entre outros sentimentos de igual valor, para que se
concretize a obra de educação dele fundamentada.
Quando,
como educadores, começamos a enumerar dificuldades, obstáculos
intransponíveis, problemas pessoais e circunstâncias
impeditivas à completa realização da nossa tarefa, significa que é
o momento de meditarmos em nossos compromissos espirituais e na
possibilidade que temos de melhoria da nossa capacidade de sentir
(amar), de fazer e de pensar.
Toda
atividade, para ser bem desempenhada, deve ser antecedida de um
aprendizado especifico.
Nem
todos os que têm um amplo e bem fundamentado conhecimento
doutrinário são bons evangelizadores. O mesmo vale para os que têm
muito amor para oferecer. Amor e conhecimento doutrinário são, de
fato, imprescindíveis para um bom desempenho da tarefa, mas ainda
assim não atingem o seu cerne, ou seja, seu núcleo, no que ela tem
de mais específico. Para que seja bem executada, é necessário que
o evangelizador entenda daquilo que está fazendo, ou seja, saiba
como se dá o processo de ensino e aprendizagem.
“A
primeira tarefa da educação é ensinar a ver...” diz Rubem Alves.
“É através dos olhos que as crianças tomam contato com a beleza
e o fascínio do mundo...” As crianças precisam vivenciar de
maneira intensa os conceitos oferecidos pelos evangelizadores,
interelacionando com suas experiências pessoais, para que entendam e
assimilem estes conceitos. Não importa a área do conhecimento, nem
o nível dos aprendizes. O método interativo de partir do particular
para chegar ao geral é um otimo auxiliar na formação de conceitos.
Sua riqueza reside no fato de valorizar o conhecimento prévio do
aprendiz. Na prática, consiste em fazê-lo caminhar através de um
processo indutivo; do particular para o geral.
A
propósito, foi exatamente dessa forma que o Codificador organizou,
por exemplo, O Livro dos Espíritos. Partiu dos fatos observado para
chegar a uma sistematização do saber.
Mas...
não seria somente o conhecimento doutrinário, o amor, a metodologia
... também é importante a alegria, a boa disposição, o
entusiasmo. A alegria contagia...
d)
Família
Cabe
aos pais a responsabilidade inicial da educação do Espírito
encarnado.
O
lar deve ser o cenário onde o indivíduo possa sentir-se plenamente
confiante, aceito e amado, onde possa expor seus conflitos mais
íntimos com sinceridade, sem medo de perder a compreensão dos
familiares, onde possa desabafar seus problemas e dialogar com
profundidade com os que lhe são afins. A família tem que ser o
esteio de sua autoeducação. O exemplo edificante, o ambiente moral,
as vibrações amorosas do lar serão determinantes na existência
presente e na vida imortal.
É
na família, que podemos e devemos em primeiro lugar conquistar e
exercitar virtudes fundamentais, como altruísmo, paciência, amor ao
próximo e ao mesmo tempo o empenho de contribuirmos para o progresso
do outro. Trata-se, pois, de um cenário permanente e fecundo para a
Educação do Espírito.
Não
há colégios, por mais modernizados e modelares, que possam fazer as
vezes dos ambientes domésticos.
Regimes
de internatos, quaisquer que sejam, não se sobrepõem, em normas
disciplinares e critério de funcionamento, aos salutares princípios
de família.
Professores
particulares e explicadores contratados para aulas individuais, ainda
que, muito competentes, nunca exercerão maior e tão decisiva
influência no ânimo e âmago dos pupilos que seus próprios
pais.
Cursos
de extensão cultural, de especializações e aperfeiçoamentos
técnicos, dotando embora o intelecto de sólido cabedal, não
oferecem à mente o mesmo material educativo qual o que lhe é
fornecido pelas lições no recesso dos lares.
Tratados,
livros e autores da mais alta expressão cultural, facultando luzes
ao cérebro, não valem a palavra maternal repassada de ternura e
prudência, nem substituem a voz da experiência do pai que
amadureceu nas árduas contingências e vicissitudes da Vida.
Babás
e governantas, por muito compenetradas e solícitas que se mostrem,
jamais sobrepujarão as mães em desvelos e carinho, no exemplo e na
autoridade, na força moral e no sentimento de abnegação, na
influência do afeto e no poder do coração.
Isto
é que importa saibamos: não podemos passar procuração a ninguém
para educar nossos filhos e não há dinheiro que lhes faculte
adquirir as virtudes e os valores que formam a estrutura dos homens
de bens.
Se
os desejamos, além de preparados e cultos, bons e simples,
compreensíveis e cristianizados, é imperioso façamos no nosso Lar
o primeiro templo de Saber e de Iluminação Espiritual, para que
eles possam demonstrar aos outros, em nossa presença ou ausência, o
que aprenderam conosco (porque nos viram fazer) portas adentro do
santuário doméstico.
Pai
e mãe, em sã consciência, não podem ser omissos no trabalho de
Educação espírita dos seus filhos e ...
jamais deverão descuidar de aproximar seus filhos dos serviços da
evangelização, em cujas abençoadas atividades se propiciará a
formação espiritual da criança e do jovem diante do porvir. Há
pais espiritas que, erroneamente, têm deixado em nome da liberdade e
do livre-arbítrio, que os filhos avanvem na idade cronológica para
então escolherem este ou aquele caminho religioso ... Tal medida tem
gerado sofrimento e desespero, luto e mágoa, inconformação e dor.
Porque, uma vez perdido o ensejo educativo na idade propícia à
sementeira Evangélica,
os corações se mostram endurecidos ..., desperdiçando-se valioso
período de ajuda e orientação...
Bezerra
de Menezes
Enquanto
na classe cabe aos evangelizadores a exposição teórica e
exemplificação dos ensinamentos evangélico -doutrinários,
ministrados metódica e sistematicamente, em suas gradações
pedagógicas, no Lar, cabe aos pais a demonstração prática, a
vivência diurna e real das lições, pelos exemplos que lhes cumpre
dar, hora a hora, dia a dia, nos domínios da convivência.
Fora,
os filhos se instruem e se ilustram; em casa, porém, é que eles
verdadeiramente se educam. Fora, eles ouvem o que devem fazer; em
casa, eles veem
como se faz, por indução particular e pessoal, direta e própria,
da conduta dos seus pais.
Os
jovens recebem informações e sugestões que surgem a todo instante
e de todos os lados e, pela insegurança quanto às suas próprias
definições, veem-se
impulsionados
a seguir aquelas que melhor atendem aos seus impulsos interiores, que
sabemos, nem sempre são as melhores. Razão pela qual cumpre aos
pais acompanhá-los em seu desenvolvimento, mantendo sempre o
diálogo, o companheirismo e a atitude de respeito diante de suas
inclinações e características individuais, mas apontando-lhes as
vantagens e desvantagens de suas opções, ajudando-os a buscar
equilíbrio e discernimento na sublimação das próprias tendências,
consolidando maturidade e observação no veículo físico, desde os
primeiros dias da mocidade, visando à vida perene do Espírito.
“
Evangelho é sol nas
almas, é luz no caminho dos homens, é elo abençoado para união
perfeita.
Evangelizemos
nossos lares, meus filhos, doando à nossa família a bênção de
hospedarmos o Cristo de Deus em nossa casas.
A
oração em conjunto torna o lar um santuário de amor onde os
Espíritos mais nobres procuram auxiliar mais e mais, dobrando os
talentos de luz que ali são depositados.
Evangelizemos
nossas crianças, espíritos forasteiros do infinito em busca de
novas experiências, à procura da evolução
espiritual.
Evangelizemo-nos,
guardando nossas mentes e nossos corações na bênção dos ensinos
sublimes.
Evangelizemos.
Os
tempos são chegados, os corações aflitos pedem amparo, os
desesperados suplicam luz.
Filhos,
somente através do Evangelho vivido à luz da Doutrina Espírita
encontrará o homem a paz, a serenidade e o caminho do amor
nobre.
Acendamos
a luz dos ensinos divinos para que a Terra se torne um sol radioso no
infinito, conduzindo a Família humana integrada nos princípios da
vida em hosana ao seu Criador.”
Bezerra
de Menezes
Centro Espírita
Considerando-se,
naturalmente a criança como o porvir acenando-nos agora e o jovem
como o adulto de amanhã, não podemos,sem graves comprometimentos
espirituais, sonegar-lhes a educação, as luzes do Evangelho de
Jesus, fazendo brilhar em seus corações as excelências das lições
do excelso Mestre com vistas à transformação das sociedades
terrestres para uma nova Humanidade.
Bezerra
de Menezes
O
Centro Espírita é uma escola de almas e é imperioso se reconheça
na evangelização das almas tarefa da mais alta expressão na
atualidade da Doutrina Espírita. Alma, na definição encontrada em
“O Livro dos Espíritos”, é o Espírito encarnado. Não há
referência quanto à idade física. Do berço ao túmulo, todos
somos espíritos encarnados. A lógica, pois, nos diz que o Centro
Espírita deve estar preparado para atender ao ser humano em todas as
suas etapas de crescimento do corpo físico – da infância à
madureza. Há, entretanto, ainda em “O Livro dos Espíritos”,
evidente preocupação de Allan Kardec e dos Espíritos Superiores em
sublinhar a importância do período infantil no estágio
reencarnatorio,
e a função da educação para renovação moral da Humanidade.
No
capítulo VII, Segunda Parte da referida Obra Básica, quando aborda
sobre o retorno do Espírito à vida corporal, diversas questões são
tratadas a respeito da infância, das tendências inatas, da
influência do organismo físico, da origem das faculdades morais e
intelectuais, da lei de afinidade e outros temas ligados ao período
infantil, mostrando suficientemente o quanto é importante o trabalho
educacional junto à criança.
A
Evangelização da criança e do jovem, é a melhor maneira do Centro
Espírita realizar a maior das finalidades do Espiritismo:
transformar a todos em homens de bem, visto que a Evangelização
Infantojuvenil
é uma das primeiras atividades como base para a construção moral
do Mundo Novo.
A
Doutrina Espírita representa, hoje, elevada escola de educação do
Espírito, a serviço de Jesus, com a grandiosa tarefa da edificação
do Reino de Deus na Terra, reino este que se inicia no interior de
cada um. A Casa Espírita precisa preparar-se para este grandiosa
tarefa.
Não
se pode conceber um Centro Espírita no qual as novas gerações não
recebam a Evangelização, porque sem isto estaremos condenando o
futuro a uma grave tarefa curativa das chagas adquiridas no trânsito
da juventude para a razão. Portanto, é imprescindível a presença
da atividade do Evangelho à luz do Espiritismo, junto à criança e
ao jovem.
Vejamos
o que nos diz Bezerra de Menezes em relação a como os Espíritos
Superiores situam, no conjunto das atividades da Instuição
Espirita, a tarefa de Evangelização Infantojuvenil:
...
a tarefa é do mais alto significado dentre as atividades
desenvolvidas pelas Instituições Espiritas, na sua ampla e valiosa
programação de apoio à obra educativa do homem. Não fosse a
evangelização, o Espiritismo, distante de sua feição evangélica,
perderia sua missão de Consolador ...
...
Espiritismo sem aprimoramento moral, sem evangelização da criança,
do jovem, é como templo de luz.
...
uma Instituição Espirita representa uma equipe de Jesus em ação
e, como tal, deverá concretizar seus sublimes programas de
iluminação das almas. Dedicando-se, com todo empenho, à
evangelização da infância e da mocidade....
A
atividade de Evangelização Espírita no Centro é um empreendimento
que está desafiando os dirigentes, não só pela sua importância e
oportunidade, como principalmente pela sua complexidade, pois exige
uma equipe com habilitação específica para que possa ser
desenvolvida a tarefa.
Este
fator não deve, entretanto, servir de empecilho intransponível à
sua realização.
Ao
dirigente do Centro Espírita caberá a tarefa de propiciar aos
evangelizadores todo o apoio necessário ao bom êxito do
empreendimento. Não apenas o apoio moral que necessitam, mas também
as condições físicas do ambiente, o estudo sistematizado da
Doutrina, o entusiasmo doutrinário atraindo os pais, as crianças e
os jovens, facilitando o intercâmbio entre todos os participantes e,
por sua vez, envolvendo-se no trabalho que é de todos, encarnados e
desencarnados.
Que papel cabe aos trabalhadores espiritas que não atuam diretamente na tarefa de evangelização?
Segundo
Bezerra de Menezes, para o êxito e crescimento da evangelização
infantojuvenil, todos os espíritas engajados realmente nas fileiras
da fé raciocinada, devem estar, de certo modo, empenhados na tarefa
de evangelização que é, sem duvida, o sublime objetivo da Doutrina
Espírita. Solidariedade de propósitos, maior empenho, incentivo,
ver com simpatia
e apreço a tarefa dos evangelizadores, sobretudo como um trabalho
integrado nos objetivos da Instituição
e jamais como atividade à parte...
O
Centro Espírita então, consciente de sua missão, deve envidar
todos os esforços não só para a criação da Evangelização
Espírita Infanto-Juvenil, como também para seu pleno funcionamento,
considerando a sua importância em termos de formação moral das
novas gerações e de preparação dos futuros obreiros da Casa e do
Movimento Espírita.
e)
Metodologia/Currículo
Ao
procurar elaborar informações sobre princípios e métodos
didáticos para a tarefa da Evangelização Espírita
Infanto-Juvenil, duas figuras radiantes imediatamente surgem: a de
Jesus – O Mestre dos Mestres e a de Allan Kardec – O
Codificador.
Ambos,
profundamente identificados com a educação do homem, tinham uma
maneira própria de ensinar em que objetivos, conteúdos e métodos
harmonizavam-se magnificamente resultando numa avaliação do próprio
indivíduo no tocante à sua evolução espiritual.
Antes
de Jesus, a Terra recebeu educadores valorosos, Espíritos atuantes
na grande tarefa do progesso da Humanidade,
Com
Jesus, inaugura-se a pedagogia
do exemplo:
todos os momentos de sua pregação são utilizados para o ensino, em
situações concretas com histórias da vivência do dia a dia do
povo, numa linguagem simples, clara, lógica e concisa, na qual todos
os elementos, de maneira harmonizados, tornam as lições acessíveis
aos doutores e aos simples.
E
a fixação da aprendizagem é feita pela exemplificação
do Mestre – o
mais eficiente método didático.
Essas
lições perduram através dos séculos, até nossos dias, quais
tesouros inesgotáveis de sabedoria, desafiando, ainda, a compreensão
do homem, mas como farol no caminho da Humanidade.
Por
isso, inspirados na metodologia de Jesus, o processo
ensino-aprendizagem da evangelização, sugere que os ensinamentos
partam das situações da vida cotidiana, das experiências mais
imediatas do educando, para depois estabelecer
as generalizações. Parte do simples para o complexo e se adapta às
experiências socioculturais e espirituais da
criança/jovem.
Guardadas
as diferenças, segue o evangelizador as pegadas de Jesus, valendo-se
das situações concretas da vida para chegar às culminâncias da
sabedoria espiritual que as Suas lições encerram.
Mais
recente, nos séculos XVII e XIX, a Suíça recebeu Pestalozzi e a
França recebeu Hippolyte León Denizard Rivail, mais tarde chamado
Allan Kardec, que se tornaram, oportunamente, mestre e
discípulo.
Pestalozzi
revolucionou todo o ensino da época, realizando a primeira tentativa
que a história registra, de uma pedagogia experimental baseada no
amor (ao homem, à natureza, às plantas, aos animais), na liberdade,
na observação e análise de todos os fenômenos e, sobretudo, no
respeito e valorização da alma infantil.
Rivail
absorveu-lhe as preciosas lições, como verdadeiro filho espiritual,
acrescentou ao método pestalozziano sua própria filosofia e prática
pedagógica, transportando-as para toda a sua obra didática na
França e, mais tarde, utilizando-as largamente na tarefa da
Codificação Espírita. Suas pesquisas e conclusões revelaram a
objetividade, a disciplina, a clareza, a lógica, o raciocínio reto,
a linguagem apropriada e inteligível que tornaram sua obra
criteriosamente fundamentada no bom-senso, na razão e dirigida à
libertação espiritual do homem,
Jesus
e Kardec estão, pois, à frente do trabalho da Evangelização
Espírita.
A
metodologia adotada deve, ainda, considerar o raciocínio e a
reflexão, permitindo ao evangelizando elaborar as próprias
conclusões, incorporando-as definitivamente ao seu patrimônio
pessoal.
Em
razão disso, sugere-se uma metodologia que propicie a participação
ativa das crianças/jovens por meio de: debate, exposição,
pesquisa, trabalho em grupo, dramatização, música, desenho,
pintura, modelagem, trabalho por projetos, etc. As aulas devem prever
ainda situações de aprendizagem em que o aluno é convocado a
opinar quanto à pratica dos ensinamentos evangélico -doutrinários
que, segundo kardec,
determinarão uma grande melhora no progresso moral da Humanidade.
O
currículo de ensino adotado para as aulas de evangelização tem seu
conteúdo programático calcado nas Obras da Codificação e
constitui um curso de Espiritismo, que se desenvolve durante todo o
processo de Evangelização.
O
ensinamento espírita e a moral evangélica são os elementos com os
quais se trabalha nas aulas. Esses conhecimentos são levados aos
alunos por meio de situações práticas da vida, pois a metodologia
empregada pretende que o aluno reflita e tire conclusões próprias a
partir dos temas estudados, pois só assim se efetiva a aprendizagem
real.
As
experiências de aprendizagem previstas pela Evangelização Espírita
são situações simuladas, planejadas pelo evangelizador para serem
vivenciadas pelas crianças/jovens, com o propósito de favorecer a
aquisição dos conteúdos de ensino. Portanto, nessas experiências,
a ênfase é dada as atividades do educando, pois ele aprende por
meio do que faz e aprende a interpretar o que lê, a decidir,
escolher, aplicar, resolver problemas, etc .
“
Um dos maiores
obstáculos capazes de retardar a propagação da Doutrina seria a
falta de unidade. O único meio de evitá-la, senão quanto ao
presente, pelo menos quanto ao futuro, é formulá-la em todas as
suas partes e até nos mais mínimos detalhes, com tanta precisão e
clareza, que é impossível se torne qualquer interpretação
divergente.”
Allan
Kardec
A
mesma conclusão chegamos hoje - 150 anos anos depois das
considerações de Allan Kardec – em relação ao trabalho com
crianças e jovens. Se nos faltarem a unidade de princípios, a de
conceitos e a de objetivos, por certo caminharemos por estradas tão
diferentes que não nos permitirão o encontro futuro dentro da mesma
visão doutrinária.
Não
nos referimos à uniformização de métodos, técnicas e
procedimentos didáticos, que podem e devem variar em face da
diversidade de cada país. Mas, sim, ao conteúdo doutrinário do
ensino que precisa ser fiel à Doutrina Codificada.
A
primeira preocupação do evangelizador, ao receber crianças e
jovens, é a de ter uma consciência firme do que vai oferecer para a
reflexão dos evangelizandos. É o conhecimento do Espiritismo e do
Evangelho. O segundo passo é descobrir quais os caminhos, técnicas
e recursos para repassar a Doutrina Espírita às crianças e aos
adolescentes. O terceiro passo é saber avaliar os resultados dos
seus esforços.
Para
maiores informações, gostaria de sugerir a utilização do livro
“Currículo para as Escolas de Evangelização Espírita
Infantojuvenil”
– FEB, bem como as apostilas “Técnicas Pedagógicas” e
“Recursos Didáticos”, também da FEB.
f)
Avaliação
“
Fazei o que eu fazia,
quando vivi na Terra: ao fim do dia, interrogava minha consciência,
passava revista ao que fizera e perguntava a mim mesmo se não
faltara a algum dever(...).”
“ Quando
estiverdes indecisos sobre o valor de uma de vossas ações, inquiri
como a qualificaríeis, se praticada por outra pessoa.”
Santo
Agostinho – Livros dos Espíritos – pergunta 919
Avaliar
é uma atitude própria do ser humano diante das ações intencionais
que promove. Entretanto, avaliar não é aprovar, desaprovar ou
simplesmente medir conhecimentos.
Avaliar
um trabalho é verificar se os seus objetivos estão sendo
atingidos.
É,
sobretudo, estar atento, no caso específico da Evangelização
Infantojuvenil,
aos resultados, isto é, as mudanças de comportamento, observáveis
ao longo do processo ensino-aprendizagem ou narrada pelos próprios
pais das crianças.
Após
cada aula, o evangelizador deverá também fazer uma avaliação do
trabalho realizado, a fim de ser observada a necessidade de
modificação no conteúdo, metodologia, recursos didáticos, etc
É
importante também os evangelizadores se reunirem para troca de
experiências, informações, planejamento atividades ... assim como
estudarem juntos.
Problemas
detectados em relação ao comportamento da criança durante as
aulas, deverão ser anotados pelo evangelizador para serem
conversados com os pais, pessoalmente, nas Reuniões de
Pais.
CONSIDERAÇÕES
GERAIS:
“ Na
Terra, a felicidade somente é possível quando alguém se esquece de
si mesmo para pensar e fazer tudo que lhe seja possível em favor do
próximo.
Não
pretendas, portanto, cortesias especiais, reconhecimento imediato,
favoritismo ou, mesmo, entendimento fraternal.
Se
confias na Misericórdia de Deus, trabalha sem desfalecimento e ama
em qualquer circunstância, sem distinção nem preferências,
recordando Jesus, que embora Modelo Ímpar, não encontrou ainda, no
mundo, o entendimento nem a aceitação que merece.”
Joanna
de Ângelis
“Unamo-nos,
que a tarefa é de todos nós. Somente a união nos proporciona
forças para o cumprimento de nosso serviços, trazendo a
fraternidade por lema e a humildade por garantia de êxito.”
Bezerra
de Menezes
BIBLIOGRAFIA
Conteúdo da pesquisa: Educação Espírita Infanto-Juvenil e Sua Importância na Formação da Sociedade do Terceiro Milênio
Claudia Werdine
GESM - Grupo Espírita Seara do Mestre
http://searadomestre.com.br/evangelizacao/
Bibliografia:
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Conceito e Filosofia da Educação - FEB
.
Material IV Encontro de Evangelizadores – FEB
Evangelização:
O que é? O que fazer? Como fazer?
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Pelos Caminhos da Evangelização - Cecília Rocha - FEB
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Currículo para as Escolas de Evangelização Espírita
Infanto-Juvenil – FEB
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O Livro dos Espíritos - Allan Kardec
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Leis Morais da Vida - Joanna de Angelis - Divaldo Franco
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A Educação segundo o Espiritismo - Dora Incontri
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Jornal Comemorativo do Bicentenário de Allan Kardec - Federação
Espírita do Distrito Federal
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Apostila de Didática - FEB
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Recursos Didáticos – Material de Apoio - FEB
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Entrevista com Divaldo Franco – A Importância da Evangelização -
IDE
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Educação do Espírito – Walter Oliveira Alves
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Mensagem de Bezerra de Menezes sobre a Importância da Evangelização
Espirita Infanto-Juvenil na formação da Sociedade do Terceiro
Milênio. (o Reformador 1985)
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site www.ocentroespirita.org.br
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site www.searadomestre.com.br
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site www.freewebs.com/vrstefanello
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Educação Espírita de Nossos Filhos – Geziel Andrade
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A Educação à luz do Espiritismo – Lydienio Barreto de Menezes
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Como Aprendemos, teoria e prática na Educação Espirita – Lucia
Moyses
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Diretrizes da Escola de Evangelização Espírita – Sociedade de
Divulgação Espírita Auta de Souza
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Curriculo para Evangelização Espirita Infanto-Juvenil – Federação
Espírita do Paraná
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Proposta para Evangelização Espírita – Conceição Salles –
CEERJ, Conselho Espirita do Estado do Rio de Janeiro
.
Coleção Diretrizes – Conselho Espirita do Estado do Rio de
Janeiro
.
Curso de Preparação de Educadores Espíritas da Infãncia – USE,
União das Sociedades Espíritas – Estadual São Paulo
.
Apostilas de Evangelização, Planejamento e Execução – FERGS,
Federação do Estado do Rio Grande do Sul
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